Mata Nativa da Delphis passa por nova revitalização

Há 17 anos, inspirada pelo Projeto ConBio (Condomínio da Biodiversidade) da SPVS (Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental) e, em seguida, orientada pela Sociedade Chauá, a Delphis começou um trabalho de transformação sustentável de seu jardim em uma pequena mata nativa.

Diretor Executivo - Pablo Mello Hoffmann Engenheiro Florestal graduado e Mestre pela UFPR. Com experiência em estudos de vegetação, já atuou na elaboração de Planos de Manejo de Unidades de Conservação Estaduais e particulares, assim como em diversos estudos de flora. Coordenador do Viveiro Chauá.

Na Sociedade Chauá – Pablo Hoffmann e Siddhartha escolhendo as mudas ideais para plantar na Delphis.

A Origem

O projeto ConBio, um modelo que está tendo muita repercussão dentro e fora do Brasil, foi apresentado à sociedade no ano 2000 pela SPVS e pelo Mater Natura. Recebeu este nome por manifestar a integração dos participantes – “condôminos” – em prol da conservação da biodiversidade em ambientes urbanos e periurbanos. Criar, em outras palavras, corredores para que as espécies que integram a biodiversidade natural da região possam circular, se reproduzir e continuar existindo nas áreas urbanas.

Desde então no jardim da Delphis foram removidas 99% das espécies exóticas e 99,9% das espécies exóticas invasoras. Em seu lugar foram plantadas espécies nativas da Floresta com Araucária, a grande maioria, produzidas no viveiro da Sociedade Chauá.

Além disso, as calçadas foram trocadas por caminhos de pedra “reciclada” e muros de pedra foram criados para auxiliar na contenção de umidade e da água pluvial.

Mas o trabalho não termina aí! Quando o mato é pequeno é necessária uma constante observação. Perceber quais plantas estão se desenvolvendo ou não, e, principalmente, estar de olho nas espécies invasoras que são trazidas pelo vento, por pássaros ou outros animais.

Na lista das especies ameaçadas do Rio Grande do Sul a Geonoma schottiana é uma planta brasileira. Apresenta-se em três variedades: angustifolia, latifolia e palustris.  Ocorre no Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Pará, Tocantins e Rio Grande do Sul.

Genoma schottiana

O Sub-bosque

Recentemente passamos por mais uma etapa de enriquecimento. Primeiramente extraímos uma grande quantidade de Nephrolepis cordifolia. ( popularmente conhecida como samambaia-rabo-de-gato) Que, sendo uma espécie portuguesa, se alastrava pelo sub-bosque impedindo espécies nativas de se desenvolver. Feito isto verificamos que a extração da mesma deixou muitas clareiras. Por este motivo recorremos mais uma vez à Sociedade Chauá para auxiliar na recomposição do sub-bosque.

O sub-bosque é o berçário de uma floresta! Além de fazer parte do equilíbrio dinâmico da mata propicia a manutenção da umidade no solo e a sua fertilização por meio da deposição de material orgânico. É a área que oferece proteção às novas plantas.

Solanum diploconos é espécie nativa da Floresta Ombrófila Mista e listada comoameaçada pela International Union for Conservation of Nature. A espécie é de subbosque,possui potencial ornamental e frutos comestíveis.

Solanum diploconos

Presenciar a Biodiversidade

É preciso admitir que no começo chega a doer o coração fazer uma mudança tão radical em seu jardim! Mas após o primeiro passo torna-se uma experiência meditativa sem igual.

É incrível observar a quantidade e diversidade de espécies de insetos e aves que apareceram quando trocamos as espécies exóticas por nativas. Sem contar o quanto é importante para as abelhas nativas encontrarem um ambiente amigável.

Ver estes insetos, em sua infinita variedade de formas e cores… Escutar o canto de novas aves… Torna-se um exercício de presença diária. Quanto mais UM se apaixona pela biodiversidade, mais observador se torna. Cada dia uma nova descoberta, cada instante um momento único, cada dia algo para celebrar!

Aqui na Delphis escolhemos deixar o jardim crescer por sua conta. Por isto, hoje está cada vez mais com cara de mata fechada. Mas segundo Pablo Hoffmann, coordenador do Viveiro Chauá, é possível utilizar plantas nativas de maneira ornamental, podando e zelando das mesmas e tendo assim um jardim organizado e florido.

Que tal adotar esta ideia? PlanteNativo e assim estará dando uma pequena contribuição para que a natureza neste planeta continue!

Concebido para contribuir com a conservação da Floresta com Araucária e popularizar espécies nativas, tem o objetivo de tornar acessíveis espécies não cultivadas em viveiros convencionais. São priorizadas plantas raras e ameaçadas de extinção, valorizando também espécies ornamentais, medicinais e alimentícias, todas nativas da Floresta com Araucária.

Berçário do Viveiro Chauá

A Sociedade Chauá

A Sociedade Chauá é uma instituição paranaense sem fins lucrativos voltada para a conservação da natureza, cujos projetos envolvem restauração ambiental, manejo de áreas protegidas, pesquisa científica, conscientização e educação.

Referência em conservação da natureza, a Chauá busca por meio da pesquisa, de ações práticas e de parcerias consolidadas o desenvolvimento e implantação de estratégias para a proteção e restauração ambiental.

Concebida para contribuir com a conservação da Floresta com Araucária e popularizar espécies nativas. A Sociedade Chauá tem o objetivo de tornar acessíveis espécies não cultivadas em viveiros convencionais. São priorizadas plantas raras e ameaçadas de extinção, valorizando também espécies ornamentais, medicinais e alimentícias, todas nativas da Floresta com Araucária.

As mudas produzidas no Viveiro Chauá são disponibilizadas a qualquer pessoa. Sendo indicadas para a restauração e o enriquecimento de florestas, a formação de pomares e de jardins ornamentais nativos, ou simplesmente para incrementar a biodiversidade de chácaras e quintais. Em contrapartida, ao recebimento das mudas, efetua-se uma doação referente ao custo de produção de cada muda disponibilizada. (Lembrando que esta entidade tem atuação apenas no Paraná).

Pavonia branca, flor da Pavonia schrankii (Malvaceae Juss.) É a irmá mais rara, da Pavonia rosa. Endêmica do Brasil cresce no Cerrado e Mata Atlântica do Sudeste (Minas Gerais, São Paulo) ao Sul do país (Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina).

Pavonia branca, ( Pavonia schrankii )

As novas espécies

As espécies que inserimos nas regiões sombreadas e de meia-sombra são:

Annona sylvatica 4 / Curitiba prismatica 3 / Drimys angustifolia 6 / Escallonia bifida 3 / Eugenia pluriflora 2 / Genoma schottiana 15 / Markea longipes 2 / Mollinedia clavigera 10 / Orepanax fulvus 3 / Pavonia schrankii (rosa) 3 / Pavonia schrankii (branca) 10 / Solanum diploconos 2 / Solanum flaccidum 3 / Solanum inodorum 2 / Sorocea bonplandii 15 Salvia melissiflora 50

Venha desfrutar deste microssistema de Floresta Ombrófila Mista conosco. Você é sempre bem-vindo!